Simbolismo

Oi, gente! Tudo bem? Hoje nós vamos falar sobre o Simbolismo. Uma escola literária do final do século XIX. Vamos ver as principais características, os autores europeus e suas influências e os dois autores brasileiros que mais se destacaram neste período.

A Noite Estrelada – Van Gogh (1889)
O Simbolismo é uma escola do século XIX anti-parnasiana: contra a formalidade e totalmente a favor da subjetividade e do eu lírico. Como é uma escola subjetiva, vamos encontrar traços do romantismo nesta escola literária. O autor simbolista observa o que está acontecendo e dá sugestões do que pode ser feito, deixando sempre aberto para mais opiniões. E principalmente, o foco principal deste período é em Santa Catarina e o interior de Minas Gerais, pois na capital do país (Rio de Janeiro) os autores simbolistas não haviam tido o devido valor.

A morte do coveiro, de Carlos Schwabe.


O Simbolismo possui como principais características: a Subjetividade (o eu lírico); a Reação ao Parnasiano (anti parnasiano); a Musicalidade (os poemas possuem ritmo); Irracionalismo ("Onde estamos e para onde vamos?"); e o Mistério (místico, espiritual).


Na Europa surgiram alguns autores que tiveram grande influência sobre a literatura simbolista brasileira. São eles: Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé, Paul Verlaine.
Também chamados de "Poetas Malditos" ou "Os podres".
Charles Baudelaire.
No Brasil, temos dois escritores que mais destacaram-se no simbolismo: Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
Cruz e Sousa (1861-1898) foi o principal poeta simbolista brasileiro. Inaugurou o Simbolismo no Brasil com os livros: Missal (poemas em prosa) e Broquéis (versos).



As principais características de suas obras são: O sofrimento (dor, uma vida triste); a Obsessão pela cor branca (o autor sofreu preconceito por ser negro); o Erotismo; a Espiritualidade (vida sofrida e se em um futuro isso iria melhorar) e a Condição Humana (filosófica, racional).
Exemplo de poema: Violões que choram 
Neste poema temos a presença da figura de linguagem chamada "aliteração". Aliteração é uma figura de linguagem que consiste na repetição de sons de consoantes iguais ou parecidas, e é ela que dá a musicalidade, o ritmo ao poema. Fazendo uma interpretação, podemos dizer que esse poema refere-se a um velório: pessoas falando baixo, sem conseguirmos entender e uma pessoa sendo velada.

Litania dos pobres 
    "Bandeiras rotas, sem nome, 
Das barricadas da fome.
Bandeiras estraçalhadas 
     Das sangrentas barricadas. "

Neste poema, Cruz e Sousa preocupa-se em fazer um engajamento social, colocando-se também como vítima do preconceito e da condição humana em que vive.

Antífona 
     

Aqui podemos ver a obsessão do autor pela cor branca e as referências do dia a dia a esta cor. 

Dança do Ventre
Neste poema é perceptível a sensualidade que Cruz e Sousa usava em seus textos. Mesmo utilizando palavras rebuscadas, é notável um ar de erotismo na construção do poema.

Alphonsus de Guimaraens  (1870-1921) foi um poeta brasileiro, e um dos principais representantes do Simbolismo no Brasil. O principal foco de seus textos é a morte da sua prima e amada noiva Constança. Temos como principais características dos seus textos a Religiosidade (uma forma de tentar explicar a passagem da vida); a dor da morte, da perda; o inefável (algo sem palavras, que não conseguimos dizer); e a paisagem também terá uma grande influência no seu fazer poético.  

Hão de chorar por ela os cinamomos
"Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão — "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria."

Aqui o autor faz referência a perda de sua noiva, falando inclusive de quando ela ia colher os cinamomos. O mais tocante desse poema a intensidade em que o autor sofre, e não somente ele, mas até o universo sentirá falta dessa moça. 

A Catedral
"O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O que Alphonsus de Guimaraens quis passar com esse poema é que ele estava sofrendo tanto, que até os sinos estão sentindo essa dor e chorando juntamente com ele.

Ismália

"Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
(...)
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar."

 Aqui o autor usa do Eufemismo, figura de linguagem usada para abrandar uma situação ruim, e dá a entender que Constança enlouqueceu e suicidou-se, jogando-se ao mar. 

Então foi isso, gente. Espero que tenham gostado do post de  hoje e sofrido tanto quanto eu com os poemas de Alphonsus de Guimaraens HAHAH. Semana que vem falaremos sobre o Pré-Modernismo e sua influência para a escolar literária sucessora. Qualquer dúvida deixem nos comentários ou mandem no insta do blog: @emilylitera. Beijos! 💗









Comentários

Postagens mais visitadas