Gregório de Matos Guerra e Pe. Antônio Vieira - Autores do Barroco
Oi gente, tudo bem? Hoje vamos aprender um pouquinho sobre dois autores que publicaram suas obras na época barroca e quais são as suas principais características, e com esse post encerramos a Escola Literária chamada Barroco.
Na sua obra Lírica, as principais características são a gloriação, enaltecimento a alguém. (normalmente a mulheres).
Nesse poema, Gregório faz um enaltecimento de uma moça (aparentemente chamada Ângela) comparando-a com um anjo.
A sua obra Religiosa está relativamente ligada a um pedido de perdão, ao enaltecimento da pessoa de Jesus Cristo e também retrata alguns personagens bíblicos. O pedido de perdão seria justamente á Deus. Gregório era um homem que vivia em bordéis e cumpria as suas vontades carnais, o que perante a Igreja era errado. Sabendo disso, fazia poemas relatando uma "oração", onde ele confessava o seu pecado e admitia que era um homem de falhas e propício a erros.
Para relembrar, os autores Barrocos retratavam em suas obras a indecisão sobre qual caminho seguir e o que acontecia depois da morte. Logo, a palavra que melhor descreve como os homens se sentiam nesta época é "dúvida". O contexto das obras está diretamente relacionado a Contra-Reforma da Igreja Católica e principalmente o retorno a Idade Média com o Teocentrismo (Deus como centro de tudo).
Gregório de Matos Guerra
Nascido na Bahia, Gregório de Matos Guerra foi um dos principais representantes da obra Barroca, conhecido também como Boca do inferno por conta de suas críticas ás classes sociais de sua época. Sua produção literária é dividida em três, respectivamente: Lírica/Amorosa, Religiosa e Satírica.
Exemplo: À mesma Dona Ângela (trecho)
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
A sua obra Religiosa está relativamente ligada a um pedido de perdão, ao enaltecimento da pessoa de Jesus Cristo e também retrata alguns personagens bíblicos. O pedido de perdão seria justamente á Deus. Gregório era um homem que vivia em bordéis e cumpria as suas vontades carnais, o que perante a Igreja era errado. Sabendo disso, fazia poemas relatando uma "oração", onde ele confessava o seu pecado e admitia que era um homem de falhas e propício a erros.
Exemplo: A Jesus Cristo, Nosso Senhor (trecho)
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Antes, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Neste poema, Gregório agradece a Deus pelo perdão que tem recebido e reconhece que por mais que ele continue a pecar, Deus continuará a lhe perdoar.
Na sua última produção chamada Satírica, Gregório faz uma reprovação (com tom irônico) ás classes sociais da Bahia do século XVII (todas as classes: comerciantes, negros, etc), e também faz uso constante de palavrões.
Exemplo: Epílogos (trecho)
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Nesse poema ele fala sobre a Bahia do século XVII e faz uma crítica severa a como a cidade está mal organizada, tanto politicamente, quanto socialmente.
Exemplo extra (uso de palavrões): Define a sua cidade
De dois ff se compõe
esta cidade a meu ver:
um furtar, outro foder.
Neste poema a crítica é também destinada a Bahia do século XVII, onde ocorre diariamente furtos e onde a prostituição impera.
Padre Antônio Vieira
Padre Antônio Vieira era um jesuíta, nascido em Lisboa e intitulado como "Imperador da Língua Portuguesa" por Fernando Pessoa, um dos maiores poetas portugueses. Seu trabalho principal foi com a catequese mas também se destacou pelas críticas ás classes sociais dominantes da época. Sua obra literária é composta de Profecias, Cartas e Sermões.
Sua obra Profética nos textos relata uma visão do futuro, as Cartas falam sobre a situação da sociedade, e com destaque maior, os Sermões tinham objetivo de ensinamento.
O Sermão da Sexagésima
Depois de ficar conhecidíssimo no Brasil, Antônio Vieira vai para Lisboa e escreve, em 1655, o Sermão da Sexagésima, chamado assim por ter sido escrito sessenta dias antes da páscoa. Essa obra é dividida em dez capítulos e se destaca por sua metalinguagem, ou seja, o autor usa o sermão para falar sobre sermão. É importante lembrar que a obra faz parte do estilo conceptista, onde o autor faz uso do jogo de ideias.
O tema desta obra é "A Parábola do Semeador", no sermão o autor diz que "pregar é como semear", e se preocupa em ver que a pregação católica não está sendo eficaz, e chega então a conclusão de que o problema está nos padres que não sabem como fazer sermões.
Entre outras coisas, o autor faz perguntas que ele em seguida responde. Entre elas, o autor questiona: "Sendo a palavra de Deus tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco fruto da palavra de Deus?"
Com a Reforma Protestante, a Igreja Católica perdeu inúmeros fiéis e um dos maiores objetivos de Antônio Vieira era ensinar os padres a como convencer os leitores/ouvintes a seguirem os dogmas católicos.
Então é isso, gente. Espero que tenham gostado do post de hoje pois foi feito com muito carinho. A ideia principal foi trazer a análise das obras que se destacaram dos respectivos autores, tanto na poesia, quanto na prosa. Sexta-feira iniciamos a próxima escola literária que é o Arcadismo. Qualquer dúvida ou sugestão, coloquem nos comentários ou no instagram do blog: @emilylitera (SIM!!! AGORA TEMOS UM INSTAGRAM PARA O BLOG). Beijos! ❤️
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