Parnasianismo


Oi gente, tudo bem? No post de hoje vamos falar um pouquinho sobre o Parnasianismo: principais características e a tríade parnasiana. Espero que gostem!


O Parnasianismo é outra escola literária do final do século XIX (1882-1893), e é feito unicamente de poesias, não existe prosa parnasiana. Assim como a escola anterior, é considerado o segmento do Realismo, por ser extremamente objetivo, considerado assim "O Realismo na poesia". É o 3° período da Época Realista (Realismo - Naturalismo - Parnasianismo) e é feito exclusivamente no Rio de Janeiro

As principais características do Parnasianismo são: Objetividade (direto ao assunto); Impessoalidade (sem o "eu", sentimento vago, frio); Descritivismo (análise profunda); Culto á forma (poema perfeito, com métrica, norma culta); Preciosismo vocabular (palavras complexas que necessitam do uso do dicionário); uso do Soneto (14 versos: 2 tercetos e 2 quartetos) e da Rima Rara (finais sempre iguais). E a principal características de todas é: Arte pela arte. Ou seja, a arte não precisa de muitos complementos para ser bonita, não precisa falar de assuntos tocantes (como o amor, por exemplo), ela por si só é bonita, mesmo falando sobre um vaso.

O Parnasianismo possui uma Tríade Parnasiana: três gênios da arte de sua época que mais se destacaram na poesia parnasiana. Essa Tríada é composta por: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia
Olavo Bilac foi um poeta, contista e jornalista brasileiro. Foi um dos principais representantes do movimento parnasiano e é considerado o Príncipe dos Poetas. Escreveu também o Hino à Bandeira. Nascido do Rio de Janeiro é membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Suas poesias possuem como principais características a Reflexão da Existência; Temática da Perfeição; Nacionalismo (não exacerbado); Mitologia e o Sensualismo (leve, não exagerado). 
Exemplos de poesias: Profissão de Fé; A um poeta; Satânia.

Profissão de Fé
 "Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo 
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara 
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara, 
O ônix prefiro."

Neste poema, Olavo Bilac compara o poeta a um ourives, que lapida a pedra bruta até conseguir a pedra perfeita. Assim como o poeta que escreve o seu texto e o lapida até encontrar a métrica perfeita. 

Alberto de Oliveira foi um poeta e professor brasileiro, considerado o mais perfeito dos parnasianos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Suas principais características são: A Rigidez Formal (busca pela perfeição na escrita); A Precisão na escrita; Pobreza Temática (conteúdo vago); Sem emoção ("seco") e Descritivismo (descrição de objetos). 
Exemplos de poemas: Vaso Chinês e Vaso Grego.


Vaso Grego
"Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."

Como eu disse anteriormente, Alberto de Oliveira é considerado o parnasiano perfeito porque suas poesias seguem a risca as característica do Parnasianismo, não há emoção alguma. Como exemplo, vemos o poema Vaso Grego, que é apenas descritivo.

Raimundo Correia foi um poeta brasileiro nascido da baía de Mogúncia, em São Luís, no Maranhão. É considerado o poeta mais diferente da Tríade Parnasiana, pois seus poemas possuem características peculiares em relação a sua época. Entre elas temos: a Natureza; Melancolia (existência de sentimento); o Pessimismo (tudo é ruim) ; a Filosofia (passagem da vida); e a Moralidade (visão do que é certo e do que precisa ser feito).
Exemplos de poemas: Anoitecer e As pombas


As pombas
"Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais."

Neste poema, o autor fala dos amores de verão: quando você conhece uma pessoa nas férias (o famoso amor de verão), começa a gostar dessa pessoa, e quando acaba as férias você acaba perdendo o contato, e o seu coração vai embora junto com a pessoa. 

Bom gente, esse foi o post de hoje, espero que tenham gostado. No geral, o Parnasianismo é difícil por conta das palavras complexas nas poesias, mas fora isso é bem fácil de ser entendido e estudado. Qualquer dúvida, deixem aqui nos comentários ou mandem no instagram do blog: @emilylitera. Beijos! 💗

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