Terceira Geração Romântica #Poesia

Oi gente, tudo bem? No post de hoje daremos fim a produção poética romântica com a terceira geração e suas peculiaridades. Vamos ver um pouco do significado de alguns termos, as principais características presentes nas obras e os escritores que mais se destacaram. Espero que gostem!

A Terceira Geração Romântica também é intitulada como "Geração Condoreira", pois faz referência ao pássaro da Cordilheira dos Andes, chamado Condor,  que representa liberdade.

É também chamada de Geração Hugoana, pois os poetas desta época espelharam-se bastante no escritor francês Victor-Marie Hugo.

Essa geração é conhecida fortemente pela sua poesia Social/Liberal. Os temas centrais dos autores eram a abolição da escravatura, a defesa de causas humanitárias, o patriotismo (mas neste caso mostrando a realidade do país) e uma pitada de amor erótico em um poeta exclusivo.
Essa poesia é extremamente importante porque ela dá início a literatura que o país irá conhecer, que é o Realismo. Os temas que mais exploravam os erros da aristocracia/burguesia vão ser mostrados e o Brasil escravista e falsificado virá á tona.

Seu grande e principal representante é Castro Alves.

Castro Alves, também intitulado como "O Poeta dos Escravos" foi um escritor brasileiro, nascido da vila de Curralinho, atual cidade de Castro Alves, Bahia, no dia 14 de março de 1847. Sua poesia é de maioria social e liberal, usando como tema principal a escravidão. O autor também possui obras românticas, onde ele descreve a mulher amada com sensualidade, dando outra visão ao amor, desta vez ao amor erótico. Faleceu aos 23 anos de tuberculose. Ocupa a cadeira de n°7 da Academia Brasileira de Letras. 

Seu poema mais conhecido e usual em vestibulares é "Navio Negreiro". Neste poema, Castro Alves relata como seria a visão de um navio negreiro e o sentimento dos africanos que eram trazidos da África para o Brasil para se tornarem escravos. A poesia transparece muita agonia, dor e sofrimento pela parte dos escravos.

A situação em que eles estavam era precária: o porão que abrigava os africanos era demasiadamente pequeno, possuia um odor insuportável, e além das chicotadas que recebiam dos comandantes do navio.

  

Agrupamento dos africanos no navio

 "Era um sonho dantesco... o tombadilho  

  Que das luzernas avermelha o brilho. 

  Em sangue a se banhar. 

  Tinir de ferros... estalar de açoite...  

  Legiões de homens negros como a noite, 

  Horrendos a dançar..."

 - Trecho de "Navio Negreiro", Castro Alves.

Castro Alves também possui poesia sensual. Se destacou com o poema "Boa noite". Diferentemente da segunda geração, este amor é tocável, o autor não só deseja a sua amada, como também a toca.
Este poema foi publicado em 1868, no livro “Espumas Flutuantes” única obra de Castro Alves publicado em vida.

"Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
 A lua nas janelas bate em cheio...
 Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
 Não me apertes assim contra teu seio.

 Boa noite!... E tu dizes – Boa noite.
 Mas não digas assim por entre beijos...
 Mas não me digas descobrindo o peito,
 – Mar de amor onde vagam meus desejos."

  Trechos de "Boa Noite", Castro Alves





Então o post de hoje foi esse, pessoal. Espero que tenham gostado e aprendido. Sexta-feira iniciaremos com os posts sobre a Prosa Romântica: gêneros, autores e obras. Qualquer sugestão ou dúvida deixem aqui nos comentários ou no insta do blog: @emilylitera. Beijos! ❤️